Por que apostar na liderança situacional

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NESTE ARTIGO:

  • A teoria da liderança situacional

  • 4 estilos de liderança situacional

  • Entendendo a maturidade da equipe

  • Os desafios da liderança situacional

  • Qual o papel dos liderados nesse processo?


A forma de fazer negócios e a dinâmica corporativa vêm se alterando drasticamente por conta da pandemia.

Companhias de todos os setores e portes precisaram rever suas práticas de gestão para atuar nesse cenário e se manter no mercado.

A maioria entrou em regime de urgência de home office e as operações – que precisam do trabalho presencial – passaram por readequações. 

Caminhar bem nesse novo mundo exige um perfil de liderança mais empático e preparado para lidar com constantes mudanças.

Só dessa forma, é possível manter o engajamento e a produtividade da equipe em tempos de tantas incertezas. 

Estudos do pesquisador europeu Wilmar Schaufeli mostram, por exemplo, que os líderes que dedicam tempo para conversar sobre o indivíduo, aumentam o engajamento médio em três vezes.

Isso porque, o engajamento vem, principalmente, da relação que se estabelece entre as pessoas.

Nesse sentido, ganha força a chamada liderança situacional, modelo de gestão de equipes que consiste em adaptar a forma de liderar de acordo com o contexto em que a equipe se encontra e o perfil dos profissionais que fazem parte dela.

Isso quer dizer que o gestor tem a capacidade de se adequar ao momento, conduzindo de forma efetiva seus colaboradores para que reajam positivamente, deem o seu melhor e alcancem os resultados esperados, de acordo com o contexto. 


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A teoria da liderança situacional

Paul Hersey e Ken Blanchard, estudiosos que desenvolveram a teoria da liderança situacional em 1969, identificaram que o líder de alta performance utiliza diversas formas de liderar, adaptando-se de acordo com o perfil de cada profissional, avaliando aspectos como condições técnicas e inteligência emocional, e aliando esses fatores ao contexto. 

“O modelo de liderança do comando e controle não funciona mais”, diz Anderson Sant'Anna, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Segundo ele, o momento pede que os gestores adequem o comportamento às situações e aos funcionários.

Na prática isso quer dizer, por exemplo, que quando as coisas estão mais difíceis, é importante uma liderança mais firme, que dê um norte, oriente e acolha os funcionários; passada a crise, é hora de uma liderança mais carismática e colaborativa.

Esquema Geral da Liderança Situacional.gif
 

4 estilos de liderança situacional

De acordo com Anderson, o primeiro ponto para desempenhar uma liderança desse tipo é a flexibilidade, a capacidade de se adaptar facilmente às situações.

“Esse líder sabe que nada é rígido e que a liderança não deve ser igual a todos”, diz. Para isso, sabe a melhor forma de lidar com os membros do seu time e costuma ter conversas individuais. “Ele sabe ler contextos, situações, pessoas e a si mesmo”.

Veja a seguir, as principais características, habilidades e competências de quem exerce a liderança situacional. 

E1 - Direção

Neste caso, o líder precisa dizer aos liderados o que fazer e como fazer. Isso significa que neste estilo de liderança de direção, o colaborador precisa aprender a tarefa a ser executada e o líder deve supervisionar a atividade até o fim.

E2 - Orientação

Aqui, o líder oferece supervisão constante para a equipe, fornecendo feedback para motivá-la a contribuir e a crescer.

O líder também pede informações aos seus colaboradores para recolher sugestões, melhorias e novas ideias que possam contribuir para o projeto.  

E3 - Apoio

Os líderes devem facilitar e incentivar seus liderados. Ao atingir este estágio, a liderança oferece oportunidades para que a equipe discuta e analise perspectivas diferentes, enriquecendo o processo colaborativo.

Nesta abordagem, o colaborador tem muito mais respaldo para executar a tarefa.

E4 - Autonomia

Neste estilo de liderança situacional, o líder tem uma abordagem mais afastada da cena, pois os membros do grupo tendem a tomar a maioria das decisões e assumem a responsabilidade pelo que acontece.

Aqui, o líder é capaz de delegar responsabilidades ao time, pois os liderados são maduros, sabem como se comportar e entendem seus papéis.

Entendendo a maturidade da equipe

Como a teoria da liderança situacional afirma que para os líderes serem bem-sucedidos precisam ajustar a maneira como lideram suas equipes, eles devem entender a maturidade das pessoas, ou seja, a vontade e a capacidade do colaborador em assumir a responsabilidade de dirigir seu próprio comportamento.

Ela é classificada em quatro estágios:

M1

Os liderados não têm conhecimento, habilidades e disposição para concluir a tarefa, ou porque são novos, ou porque não se sentem preparados para tomar decisões e não sabem os passos a seguir, pois possuem baixa autoconfiança.

M2

Os liderados possuem uma certa experiência e, portanto, estão dispostos e motivados. Porém, ainda precisam de apoio.

M3

Os membros do grupo têm habilidade e capacidade para concluir a tarefa, mas não estão dispostos (e nem se sentem motivados) a assumir responsabilidades.

M4

Os liderados são altamente qualificados e motivados a concluir a tarefa com autonomia.

Ao mapear o nível de maturidade do funcionário (M1 a M4), o líder situacional consegue escolher o estilo correto de liderança (E1 a E4).

Os desafios da liderança situacional

Na visão de Anderson, o principal desafio para se tornar um líder situacional é, justamente, o comportamento do gestor.

Isso porque, é muito comum repetir atitudes que deram certo em uma situação, deixando de lado o fato de que o ambiente é dinâmico e muda constantemente.

Outro ponto é a noção de poder. “Está muito imbuído que a liderança tem de ser autoritária para ser eficaz. Mas essa visão é antiga e não funciona mais hoje, principalmente com o teletrabalho”, diz.

A pandemia mostrou que essa é uma visão superficial e ultrapassada, e as práticas que têm essa perspectiva não dão conta de acessar o humano de verdade e de dialogar em questões complexas.

Ter um tratamento mais humano, falar de sentimentos e querer ouvir genuinamente como a pessoa está, cria uma diálogo mais coerente com o momento atual. 

Conhecer as individualidades da equipe. Ajustar o estilo de liderança para atender às necessidades do indivíduo. Desenvolver os liderados para que consigam alcançar o mais alto grau de maturidade.

Ouvir as necessidades e anseios dos funcionários. Esses são quatro pilares essenciais para conseguir desenvolver a liderança situacional.

 

Qual o papel dos liderados nesse processo?

Muito tem se falado do papel, das responsabilidades e da necessidade de adaptação dos líderes para que possam lidar melhor com seu time, engajá-los e acolhê-los. Afinal, estamos todos sob uma dose extra de pressão, certo?

Mas os liderados também têm um papel importante nesse processo. Sobretudo se quiserem se empoderar da gestão de suas próprias carreiras.

A pessoa não precisa ser necessariamente um(a) líder formal, com título, equipe multidisciplinar e metas desafiadoras para poder compreender e, em alguma medida, aplicar os conceitos da liderança situacional no seu dia-a-dia.

Você já parou para pensar (como liderado): em qual estágio de maturidade eu me encontro? Como o meu superior me enxerga em termos de maturidade? Talvez o seu líder se quer conheça o conceito, embora tenha suas percepções acerca do seu perfil.

Porque não inverter o papel? Porque não dedicar tempo e reflexão para analisar qual é o estilo de liderança do seu superior e usar essa informação para ajustar o seu comportamento, dar feedback (sim, podemos dar feedback aos nossos líderes) ou pedir ajuda para uma situação ou memento específico?

É claro que a expectativa, em todos os níveis, é maior sobre os líderes. Esperam-se deles, respostas, visão, direcionamento e assertividade, mas a atitude para fazer com que situações mudem é responsabilidade de todos.


Sobre o autor:

A Woke é uma empresa de executive search e desenvolvimento de carreira,  acreditamos que pensar em carreira não tem hora.

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