Metodologias Ágeis: Por que usar e por onde começar?

Conheça as metodologias que vão transformar a sua área de RH para suportar as decisões da sua empresa.

Foto: Unsplash

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O uso de metodologias ágeis nas empresas tem crescido. É o que aponta uma pesquisa feita pela CI&T, em parceria com a Opinion Box, com mais de 500 líderes.

Para 41% dos entrevistados, a ferramenta de gerenciamento estratégico canvas, por exemplo, é a mais promissora para desenvolver operações eficientes, seguida de design thinking (40%) e sprints de desenvolvimento (38%).

O conceito Kanban e a filosofia de gestão lean também foram apontados como estratégicos para os próximos anos.

Esse cenário é reflexo da transformação digital, que impõe uma nova maneira de atuar, com mais atenção no cliente, necessidade de respostas rápidas e inovação constante para se destacar.

Isso sem falar nas novas demandas dos profissionais por mais liberdade e autonomia. E o RH não fica fora disso. 

NESTE ARTIGO

  • Por que usar metodologias ágeis e por onde começar

  • As metodologias ágeis mais usadas

  • Como as metodologias ágeis funcionam no RH

 
Foto: Unsplash

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Por que usar metodologias ágeis e por onde começar

É importante ressaltar, segundo Elisabete, que a utilização das metodologias ágeis está ganhando aplicabilidade em todos os setores e segmentos do mercado.

“Observa-se o uso nas linhas de produção industriais, nas atividades  administrativas, e nos setores de marketing e finanças”, diz.

Segundo ela, isso acontece, pois há muitas vantagens em utilizar os métodos ágeis.

“Os benefícios vão desde a cooperação de equipes e, assim, fidelização de todos com a meta; melhor controle dos custos incorridos e prazos; redução das falhas no percurso; até mais proximidade com o cliente, já que o modelo prevê alinhamento de expectativas e transparência”, afirma.


No método ágil o foco é sempre a equipe e seu resultado, não o cargo de cada um. Assim, o primeiro passo para implementá-la, é estabelecer uma cultura ágil e colaborativa.

Companhias que ainda atuam no modelo de comando e controle dificilmente terão sucesso.

Neste caso, é preciso realizar um trabalho de mudança de cultura, mostrando as vantagens da agilidade. 

Isso porque, na metodologia ágil, o status deve ser deixado de lado e as lideranças ficam diluídas nos grupos.

Trata-se de uma metodologia democrática, na qual não existe hierarquia rígida. Um squad pode ter no time um diretor, um estagiário e um gerente, e ter como líder um coordenador, por exemplo.


 

As metodologias ágeis mais usadas

Veja a seguir outras metodologias, além da A3 e da OKR:

  1. Scrum

Trata-se de uma ferramenta que permite controlar de forma eficaz o andamento – e as entregas – das  atividades.

O objetivo é disseminar conhecimento sobre o que foi feito no dia ou semana anterior, identificar impedimentos e priorizar o trabalho do período que se inicia.

No Scrum, os projetos são divididos em ciclos chamados de sprints. A cada sprint, a equipe faz uma breve reunião (normalmente de manhã), chamada daily meeting, momento em que os profissionais listam as demandas de um determinado período, assim como os prazos de entrega.

As atividades são mantidas em uma lista que é conhecida como product backlog


2. Kanban

A metodologia se baseia nos famosos post-its. O intuito é que, por meio desses cartões, a equipe aumente a eficiência da produção e otimize recursos.

Com indicações como “para executar”, “em andamento” ou “finalizado”, é possível ter uma ideia de todo o projeto e do papel de cada um para a obtenção dos resultados.


3. Design Think

O intuito da ferramenta é solucionar os problemas por meio da atenção às reais necessidades do público-alvo de forma colaborativa.

A primeira etapa é identificar e compreender as necessidades do cliente: as virtudes e falhas da concorrência, qual o ambiente de negócios de sua região e quais são suas principais demandas.

A próxima é o brainstorm. Nessa fase, o recomendado é fazer uma análise colaborativa, com reuniões de equipe para coletar o máximo de ideias possíveis sobre como desenvolver o produto ou solucionar o problema em pauta.

4. Canvas

Seu principal objetivo é estruturar um modelo inovador de plano de negócios, trazendo praticidade e principalmente dinamicidade na análise das organizações.

Criado pelo suíço Alex Osterwalder, trata-se de um mapa com as informações sobre o futuro da empresa, dividido em nove blocos, como as atividades-chave do negócio, as parcerias estratégicas e as fontes de receita.

5. Lean

Trata-se de uma filosofia de gestão inspirada em práticas e resultados do Sistema Toyota. É um tipo de gerenciamento que visa evitar desperdícios – de tempo, verba, mão de obra etc. –, empregando, assim, apenas o estritamente necessário para a realização de um determinado trabalho, etapa ou processo.

Mas para que o uso dessas ferramentas tragam, de fato, os resultados esperados e ajudem a empresa a avançar, é essencial que os métodos ágeis andem junto com um ambiente colaborativo. Se houver desequilíbrio, nada feito.

 
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Como as metodologias ágeis funcionam no RH

A aposta da área de recursos humanos é tornar os processos mais  fluidos e ágeis, aproveitando o melhor de cada membro do time.

No modelo tradicional, uma etapa deve ser concluída para então começar a próxima.

Isso quer dizer mais rigidez para manter o projeto de acordo com o plano original e mais tempo para desenvolver um programa, pois qualquer mudança ou alteração necessárias pode causar um retrocesso no desenvolvimento do projeto

Além disso, a hierarquia é o que prevalece para tomar frente de um projeto. No modelo ágil, a companhia trabalha com squads, grupos multidisciplinares de até 12 pessoas que mantêm o diálogo entre si, e os projetos são divididos em etapas ou ciclos de trabalho pré-estabelecidos, que podem ser desenvolvidos ao mesmo tempo. 

O uso de metodologias ágeis propõe uma ruptura na maneira linear de gerenciamento e apresenta uma nova forma de atribuir tarefas.

“Os próprios colaboradores fazem a distribuição de atividades e se organizam para efetivar as entregas”, explica Elisabete Camilo Rigolon Lança, professora dos cursos de gestão da Universidade São Judas Tadeu.

Para a definição do planejamento estratégico, por exemplo, o RH pode usar a A3, metodologia de resolução de problemas na qual é usada uma folha nesse tamanho, dividida em dois lados.

O lado esquerdo traz o contexto, com dados, fatos, análise da situação atual e definição dos objetivos para identificar a causa raiz do problema que está sendo trabalhado.

Já o lado direito propõe o cenário futuro e define hipóteses para o atingimento dos objetivos e das métricas de acompanhamento. 

Por outro lado, para checar o andamento das atividades, pode utilizar a OKR (Objectives and Key Results), que atua na definição e acompanhamento de metas, com desdobramento e alinhamento bottom up e top down e ciclos curtos de planejamento e revisão.


Vimos neste artigo que metodologias ágeis podem contribuir para que equipes sejam mais eficientes. Pois elas ajudam a priorizar e organizar as ações dentro do time, direcionar esforços e atingir resultados em curto-médio prazo.

Porém, também vimos que para implementar essas metodologias é preciso estabelecer um ambiente colaborativo, abrindo mão de hierarquias ou controle por parte de líderes e diretores.

Além disso, que implementar esses métodos na área de RH pode ajudar na priorização de atividades que contribuem e enderaçam a dor do business.


Sobre o autor:

A Woke é uma empresa de executive search e desenvolvimento de carreira,  acreditamos que pensar em carreira não tem hora.

Nascemos em 2016 pelo inconformismo no modo de operar as relações de trabalho. O mundo está em constante evolução, a tecnologia impulsionou mudanças em diversos setores do mercado, e pensar as relações de trabalho não poderia ser diferente.

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