O momento certo de apostar no Private Equity
Mesmo com a pandemia da covid-19 e seus reflexos na economia mundial, o relatório “Global Private Equity Report”, realizado pela Bain & Company, mostra que o mercado de private equity se manteve em crescimento no último ano, com alta de 8% em comparação aos níveis de 2019.
Segundo o estudo, o Brasil continua como a região mais relevante para investimentos na América Latina, concentrando 78% dos negócios, que totalizaram US$ 7 bilhões em 2020.
Entre os setores de maior destaque estão os de finanças, tecnologia e infraestrutura, seguidos por varejo e bens de consumo, além da área da saúde.
NESTE ARTIGO:
Por dentro do private equity
Os benefícios do private equity para empresas
Etapas do processo de captação de private equity
Essa modalidade de investimento é destinada a empresas que já têm faturamento, geralmente de médio porte, e que tenham boa capacidade de crescimento.
Muitas vezes, o aporte antecede a entrada desses negócios na bolsa, na qual as ações, valorizadas, podem ser negociadas em condições melhores.
É como um segundo passo do venture capital, que é destinado a startups que estão começando suas operações, empresas com alto potencial de crescimento, mas que ainda estão no início da jornada.
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Por dentro do Private Equity
A modalidade surgiu nos Estados Unidos por volta dos anos 1980 e tem o objetivo de alavancar os resultados para aumentar o valor da companhia.
Segundo definição da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCap), trata-se de um tipo de investimento que envolve a participação em empresas com alto potencial de crescimento e rentabilidade.
E acontecem por meio da aquisição de ações ou de outros valores mobiliários, como debênture conversíveis e bônus de subscrição, com a meta de obter ganhos expressivos de capital a médio e longo prazos.
“Com o Private Equity, empresas que pretendem se transformar em grandes companhias, passam a dispor de oportunidades adequadas para financiar o seu crescimento, com apoio para a criação de estruturas de governança corporativa, foco no crescimento e lucratividade, além de sustentabilidade futura do negócio”, explica Marcelo Tommasi, diretor de finanças corporativas da Crowe, rede mundial nas áreas de auditoria e consultoria.
A pesquisa Atraindo Investimentos de Private Equity: o que as Gestoras mais valorizam em suas Avaliações, desenvolvida pela Ártica e pelo Centro de Finanças do Insper (CeFi), mostra o que as gestoras mais valorizam em suas avaliações:
Crescimento constante e alta rentabilidade;
Informações gerenciais confiáveis e bem organizadas é o fator mais relevante de governança corporativa;
Potencial de crescimento orgânico e reputação do empresário são os relevantes potenciais de criação de valor;
Na governança corporativa, informações gerenciais confiáveis e bem organizadas estão em destaque;
Entre as práticas gerenciais, possuir monitoramento de KPIs aparece como a que mais importa;
Já a informalidade na receita é a prática de maior preocupação.
Os benefícios do Private Equity para empresas
De acordo com Marcelo, além dos recursos financeiros, a empresa contará com o chamado smart money, expressão para descrever que os investidores não irão aportar somente capital, mas também sua experiência em gestão.
“Eles vão transferir conhecimento e as melhores práticas para a criação e melhoria de governança corporativa, planejamento estratégico, acesso a tecnologia de outras empresas investidas do mesmo investidor, além de maior exposição ao mercado de capitais”, diz.
Isso sem falar que podem contribuir com insights importantes sobre o modelo de negócio, complementar o time com conhecimento em uma área crucial para a empresa, e ajudar com o networking que possuem.
Veja, a seguir, mais vantagens:
Maximização de valor (gestores têm elevada experiência e, em geral, atuam na administração);
Aumento da credibilidade e melhora da imagem institucional;
Abertura de portas para um relacionamento qualificado no mercado de atuação;
Aumento da competitividade para enfrentar o mercado global;
Etapas do processo de captação de Private Equity
O processo de Private Equity se dá por três fases, como explica Marcelo
1- Oferta indicativa
Esta é a fase que ocorre após a interação inicial com apresentações mútuas e troca de informações, que podem durar semanas ou meses.
“O investidor apresenta uma proposta indicativa com a participação e o valor a ser desembolsado para comprar a participação na empresa-alvo”, diz.
2- Diligência
Aqui, caso a proposta seja aceita pela empresa, acontece um processo de escrutínio mais aprofundado, muitas vezes, envolvendo análise de demonstrações financeiras, questões tributárias, fiscais, trabalhistas, jurídicas, regulatórias e ambientais.
“É importante ressaltar que o foco é a confirmação de informações compartilhadas na fase inicial e a identificação de potenciais riscos não divulgados ou conhecidos”, explica Marcelo.
3- Negociação final de contratos
Onde há a formalização de toda a negociação prévia em contratos detalhados, como o Acordo de Investimento, que contém detalhes da estrutura da transação proposta, e o Acordo de cotistas/acionistas, que prevê regras fundamentais de convívio entre os fundadores e os investidores após a conclusão do aporte de capital.
“Trata-se de um processo bem detalhado e estruturado, feito com rigor e diligência pelo gestor de fundos de investimento. Por isso, tende a demorar de 6 a 12 meses para ser concluído”, completa.
Mas para que todo o processo seja, de fato, benéfico para a empresa, é essencial que os interesses estejam bem alinhados.
A Endeavor sugere duas perguntas nesse sentido: “Tenho ambição para promover um crescimento elevado na minha empresa?” e “Estou disposto a vender uma parte do meu negócio para um investidor, tornando-o sócio?”.
Isso quer dizer que é necessário fazer uma profunda reflexão sobre esses pontos para, só assim, buscar um investidor e ter sucesso.
Vimos neste artigo que diferente do Venture Capital, Private Equity está mais destinada a negócios maduros e consolidados, com crescimento exponencial, em mercados ou indústrias mais tradicionais.
Algumas empresas fogem dessa estatística com negócios muito inovadores e promissores, o que chama a atenção do mercado e potenciais investidores.
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Sobre o autor:
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