O que aprendemos com Trump.

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Em seu trabalho The Leadership Style of U.S, President Donald J. Trump, Aubrey Immelman apresentava, em janeiro de 2017, o provável estilo de liderança do então recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O estudo da época aponta que os padrões de personalidade predominantes de Trump foram considerados ambiciosos/exploradores (uma medida de narcisismo) e extrovertidos/impulsivos, infundidos com características secundárias do padrão dominante/controlador e suplementados por uma tendência de destemor/aventureira.

Suas características e comportamentos, então, poderiam ser resumidos da seguinte forma:

  • Indivíduos ambiciosos são ousados, competitivos e autoconfiantes. Facilmente assumem papéis de liderança e esperam que os outros reconheçam suas qualidades especiais;

  • Os extrovertidos são o centro das atenções que se destacam em eventos sociais, se esforçam para ser populares, têm confiança em suas habilidades sociais, tendem a ser impulsivos e indisciplinados e ficam facilmente entediados;

  • Os indivíduos dominantes desfrutam do poder de dirigir os outros e de evocar obediência e respeito; são duros e pouco sentimentais, e costumam ser líderes eficazes;

  • Indivíduos destemidos tendem a desprezar a tradição, não gostam de seguir a rotina, às vezes agem de forma impulsiva e irresponsável e tendem a elaborar ou ocultar a verdade e contornar a lei.

Alguma semelhança com Trump?


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A poucos dias do término de seu mandato e à luz das suas mais recentes manifestações que desencadearam um inédito e trágico episódio no cenário político americano, o ainda presidente dos Estados Unidos ratifica, de forma contundente, o presságio de Immelman, particularmente no que o autor apresenta como características de um indivíduo destemido.

No entanto, seria um grave equívoco atribuir integralmente a causalidade entre o seu estilo de liderança e as mais recentes atitudes do 45° presidente dos EUA, Donald Trump.

Não raramente, organizações e indivíduos investem exatamente na aprendizagem e no desenvolvimento de algumas dessas características e comportamentos com a finalidade de aumentar a performance.

O estudo de Immelman destaca, ainda, que os principais pontos fortes da liderança (baseada na personalidade do presidente Donald J. Trump) são as habilidades de se conectar com oponentes políticos, mobilizar o apoio popular, e reter seguidores e sua autoconfiança frente à adversidade (não podemos negar a autoconfiança de Trump).

Ao refletir sobre o tema, é possível pensar que seria perfeitamente razoável atribuir, em alguma medida, o mesmo estilo de liderança de Trump a outros líderes - e talvez a nós mesmos - reconhecidos por seus êxitos profissionais e pessoais.

Eis que entra em jogo a grande importância do indivíduo - sobretudo líderes - em desenvolver fortemente o autoconhecimento, compreender em profundidade o seu estilo de liderança e aprimorar seus pontos de desenvolvimento, os quais, se negligenciados, muito provavelmente terão impacto significativo na sua performance e, por consequência, na sua organização (ou no país sob sua direção).

O instinto julgador e inquisitivo de muitos de nós tende a apontar abundantemente as deficiências na liderança de Trump com grande facilidade, mas, aqui, preferimos dar destaque para o olhar científico de Immelman, que aponta as limitações da personalidade do atual presidente americano:

  • Propensão para uma compreensão superficial de questões complexas;

  • Predisposição para se entediar facilmente com a rotina (com o risco de não conseguir se manter adequadamente informado);

  • Inclinação para agir impulsivamente, sem avaliar totalmente as implicações de suas decisões ou as consequências de longo prazo de suas iniciativas de política;

  • Predileção por favorecer conexões pessoais e lealdade sobre a competência em suas decisões e nomeações de pessoal.

Não é necessário grande esforço para concluir que a negligência e a potencialização de tais limitações poderiam tornar a administração de Trump vulnerável a erros de julgamento e escândalo político.

Aubrey Immelman

Em última análise, Immelman destacava, já em 2017, que o assunto de maior preocupação em relação à aptidão do presidente Donald Trump para liderar seria a questão de seu temperamento. Ele diz: “... a presidência de Trump personifica uma combinação perigosa de experiência política esparsa e o potencial para um nível de impulsividade e arrogância raramente - possivelmente nunca antes - vista em ocupantes do Salão Oval.”

O autoconhecimento nunca foi um clichê tão necessário para o desenvolvimento da liderança. E de todos nós.


Sobre o autor:

A Woke é uma empresa de executive search e desenvolvimento de carreira,  acreditamos que pensar em carreira não tem hora.

Nascemos em 2016 pelo inconformismo no modo de operar as relações de trabalho. O mundo está em constante evolução, a tecnologia impulsionou mudanças em diversos setores do mercado, e pensar as relações de trabalho não poderia ser diferente.

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